domingo, 11 de dezembro de 2011

PET Saúde/Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas da UERJ no BOREL


BOREL GANHA GRUPO PERMANENTE DE PREVENÇÃO ÀS DROGAS

Abaixo copiamos a reportagem extraída do site da Subsecretaria de Comunicação Social do Governo do Estado do Rio de Janeiro sobre a I RODA DE CONVERSA sobre Saúde/Saúde Mental, Álcool e outras Drogas organizado pelo PET - Saúde Mental da UERJ em parceria com as equipes do Territórios da Paz, UPP Social, CAP 2.2, Estratégias de Saúde da Família (ESF) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do Borel e Casa Branca e do CAPS ad Mané Garrincha, bem como com o apoio da UPP e Rede Social Borel, onde contamos com a presença de tantos outros parceiros governamentais e não governamentais que tem ações no território do Complexo do Borel que, segundo dados do IBGE e dos PSFs, tem 13 mil habitantes.

A RODA DE CONVERSA

A Equipe organizada através do GT permanente irá realizar campanhas e ampliar a rede de cuidados que foi criada para atender aos usuários-dependentes, principalmente, de álcool, que segundo dados, contempla 10% da população, ou seja, em torno de mil e trezentos. A assistência médica, psicológica, psicoterápica e social com o matriciamento que já operava nas ESFs ganhará novos rumos e sentidos com a articulação e integração agora com novos atores que se fazem presentes nas comunidades.

Segundo a NOTÍCIA da IMPRENSA - RJ do Estado do Rio de Janeiro, parceira na realização deste evento:

"A comunidade do Morro do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio, ganhou um grupo permanente de prevenção às drogas e de auxílio a dependentes químicos. Para instituir a rede de assistência e desenvolver os projetos do grupo, profissionais de saúde e educação da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e instituições parceiras se reuniram nesta quarta-feira (7/12), na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.

Representantes das ESFs, ACSs, Território da Paz, CAP 2.2 e PET/UERJ

PET/UERJ, UPP, JOCUM, CAPSad Mané Garrincha e CAPS/UERJ

Organizado pela Subsecretaria de Defesa e Promoção de Direitos Humanos, Cidadania e Território, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, e pelo Programa de Educação para o Trabalho em Saúde da UERJ, o encontro recebeu representantes da Prefeitura do Rio, de organizações não governamentais e da UPP Social. O objetivo é integrar os trabalhos que já são realizados pelas instituições no Morro do Borel.


 Profres Marco Duarte e Sandra Fortes do PET/UERJ

- Na comunidade, já existem diversos atores atuando, como profissionais de governo e de saúde. Por isso, a ideia é formar projetos de prevenção às substâncias entorpecentes a partir da integração das iniciativas já realizadas. No encontro de hoje, discutimos as ações que cada integrante do grupo irá desenvolver - afirmou a gestora social do Borel, Anelise Froes.

Anelise Froes - Territórios da Paz (SEASDH-RJ)

O grupo de combate às drogas do Borel - que recebeu uma UPP em junho de 2010 - será constituído por equipes multidisciplinares, compostas por assistentes sociais, policiais da UPP, integrantes do programa da Uerj, profissionais dos postos de saúde da região e membros da Secretaria de Assistência Social e da UPP Social. A equipe irá realizar campanhas de prevenção ao uso de drogas e prestar assistência psicológica e médica aos dependentes químicos. O foco será o consumo do álcool.

- A nossa iniciativa é inédita no Brasil. Estamos fazendo um trabalho que inclui políticas que foram anunciadas hoje pelo governo federal, que é o Programa Nacional de Combate ao Crack. Estamos nos estruturando desde agosto para atuar no Borel. Primeiro, queremos conhecer o trabalho de cada instituição para unirmos força - explicou a coordenadora do Programa de Educação para o Trabalho em Saúde da Uerj, Sandra Fortes, que anunciou a data da próxima reunião: 12 de janeiro às 14 horas no mesmo local, UPP Borel.

Sandra Fortes - PET/UERJ

Um dos trabalhos do grupo é monitorar a rede de assistência para saber se as demandas estão sendo atendidas. O cadastro dos usuários de drogas continuará a ser realizado por meio do Programa Saúde da Família, da Prefeitura do Rio. O programa da Uerj irá atender, identificar e encaminhar os dependentes químicos para tratamento. As reuniões, que serão mensais, contarão com a presença da comunidade.

- O grupo é mais uma iniciativa que ajuda a consolidar o processo de retomada do território e facilitar o acesso dos jovens a informações sobre entorpecentes como o crack, o álcool e até remédios controlados. Os policiais da UPP já encaminham pessoas envolvidas com drogas que querem fazer tratamento. Vamos intensificar esse trabalho - afirmou o subcomandante da UPP do Borel, Eduardo Souza.

Tenente Eduardo Souza - UPP Borel

Consumo de drogas na comunidade ainda é grande

Para a moradora do Borel e integrante do projeto Mulheres da Paz, Maria Helena Lopes, o projeto permanente para combater o uso abusivo de álcool e drogas é uma oportunidade única para que os jovens da comunidade conheçam os malefícios da dependência química e saibam onde e como procurar ajuda.

Maria Helena Lopes - Mulheres da Paz - Moradora do Borel

- O número de usuários de drogas é grande na comunidade. Cerca de 70% dos dependentes químicos consomem maconha e 30%, o crack. Em relação ao álcool, os usuários mais comuns são jovens a partir dos 11 anos de idade. Essas estatísticas mostram o quanto o grupo de trabalho será bem-vindo - ressaltou".


Equipe do PET Saúde Mental da UERJ presente na I RODA DE CONVERSA contou com a presença da psicóloga Regina Senna da Assessoria de Crack, Álcool e outras Drogas da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil - SMSDC da Prefeitura do Rio

Regina Senna (SMSDC) e PETianos: Vera, Sandra, Marco, Neilanza e Amanda

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

ATO CONTRA AS COMUNIDADES TERAPEUTICAS!






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Sob o pretexto do cuidado, Comunidades Terapêuticas de todo o Brasil, voltadas para atendimento a usuários de álcool e outras drogas, têm adotado práticas como medidas punitivas, o impedimento do acesso dos atendidos à rede de educação, proibição de visita íntima, uso de medicamentos sem acompanhamento médico, contenção por meio de medicalização excessiva, existência de espaço de isolamento, restrição da visita de familiares, violação de correspondência e proposta de tratamento realizada fora do território do interno, além de trabalho não remunerado executado pelos usuários.
Essas são algumas das violações aos Direitos Humanos observadas durante inspeção realizada em 28 e 29 de setembro de 2011 pelos Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Psicologia, em 68 instituições de 24 estados e do Distrito Federal. Em algumas delas, inclusive, há obrigatoriedade de realização do exame anti-HIV para admissão. Esta ação teve por objetivo levantar a situação do atendimento prestado pelas Comunidades Terapêuticas às pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas, para identificar possíveis abusos, maus tratos e violações de direitos humanos.
As práticas, muitas vezes, são permeadas por discursos religiosos e morais, e pouco se orientam pelos saberes técnico-científicos e pela ética de seu fazer. A proposta de cuidado baseada na abstinência como princípio de cura produz efeitos nefastos à vida dos atendidos, como a culpabilização e submissão. A inspeção, que foi coordenada pela Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, contou com parceiros em todos os estados. No Rio de Janeiro, foi realizada com apoio da Seccional de Campos dos Goytacazes do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-RJ), a Seccional de Cabo Frio do Conselho Regional de Enfermagem (COREN-RJ), representantes do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro e da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ.
No Rio de Janeiro, foram inspecionadas duas instituições: “Centro de Tratamento e Reintegração aos Dependentes Químicos Shalom and Life”, em Macaé e “Associação ONG Portal do Renascer”, em Barra Mansa.
Diante do exposto, manifestamos o nosso repúdio às Comunidades Terapêuticas e seu financiamento pelos cofres públicos e recomendamos o fortalecimento e a ampliação da rede de atenção psicossocial para a atenção aos usuários de álcool e outras drogas (CAPS AD, CAPSi, consultórios de rua, CAT, CATIJ e diversos outros serviços já previsto por leis e portarias).
O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro afirma as diretrizes das políticas nacionais para álcool e outras drogas que se baseiam no cuidado Comunitário, na lógica da Redução de Danos, bem como os princípios gerais presentes na Lei n°10.216, que norteia a Reforma Psiquiátrica no Brasil.