tag:blogger.com,1999:blog-3337209969690050219.post5958739790917170532..comments2022-11-18T11:06:58.808-03:00Comments on Saude Mental e Atenção Psicossocial na UERJ: A internação psiquiátrica necessária não é crime (Uma interpretação em defesa do Ferreira Gullar)Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10107592201342698107noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-3337209969690050219.post-28293587014746732972009-06-11T11:30:49.105-03:002009-06-11T11:30:49.105-03:00É no mínimo esquisito nestes "tempos de gente...É no mínimo esquisito nestes "tempos de gente cortada" como diria um bom poeta, (Drumond)acreditarmos que numa ilha fantástica, habitada por seres onipotentes: o Deus Médico,o remédio salvador, as dores "sejam aliviadas", os males curados. Uma ilhaonde aqueles que amamos sejam mais bem cuidados que perto de nós...<br />Talvez, nestes tempos de barbárie e solidão quando só conseguimos tocar em teclas de computadores e o máximo que nos aproximamos do outro é através do virtual, as pessoas reais, suas angústias e suas formas específicas de lidar com a vida provoquem realmente muito trabalho...estar com o outro é referenciar-se e quem deseja reconhecer o que há de anormal em si visto no outro? Certamente não podemos desconsiderar as experiências individuais nem tratar com menor-valia a luta diária de familiares, amigos, vizinhos de pessoas com sofrimento psíquico mas daí a considerá-las baluarte da verdade coletiva é um passo por demais longo para ser real, factível. Que sei eu de suas dores? Quando muito (e num esforço grandioso) consigo saber das minhas...e só neste espaço restrito de mim mesmo que posso transcender da mesmice, da ignorância e da mesquinhez para aceitar o outro, mesmo que diferente de mim, mesmo que habitado por uma outra "normalidade" diferente da minha, mas não menos verdadeira, não menos humana...<br />Talvez, nestes "tempos de gente cortada" ainda tenhamos a pretensão sermos perfeitos, fantásticos, maravilhosos, imagos do BEM e tudo que nos remete às nossas incertezas, aos nossos limites nos é absolutamente estranho...anormal...deve, portanto, ser excluídos de nós, aportado para mares longíguos para que possamos descansar em nossa plenitude e racionalidade...Para que não sejamos forçados a ver o que há de estranho em nós também, porque cuidar só de "bom, do perfeito, do maravilhoso, ter uma família comercial de margarina" é o máximo nestes tempos de sociedade "fost food"<br />Cuidar de quem sofre contínua e profundamente demanda um outro tipo de gente, gente que se reconhece am alguns momentos impontente, em outros cansada, em outros a "ponto de falir", gente que não tem medo de chorar e dizer "não sei como fazer", gente...e não semideuseus criados para serem eternamente felizes, sorridentes, plásticos, corretos e muito bem remunerados na sociedade, que vistam Armani e usem perfume francês legítimo em suas salas maravilhosas, gente que é sucesso, celebridade, gente-perfeita-demais para ser tocada, mexida, revirada por um ser aborígene que "surta" e leva ao desespero os seres perfeitos e fabulosos encastelados...<br />De que me serve afinal a aquarela, se só aprendi a usar poucas tintas e nelas encerrei a existência do OUTRO...<br />De que me servem diferentes instrumentos na orquestas se apenas produzo músicas de uma nota só... <br />Ferreira Gullar poderia ter recriado suas dores e dar-nos-ia motivos bem mais fortes para crermos que realmente Freud tinha razão, a poesia pode nos salvar de nós..Unknownhttps://www.blogger.com/profile/16257060927441145679noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3337209969690050219.post-16593465645510732842009-06-11T11:30:16.306-03:002009-06-11T11:30:16.306-03:00É no mínimo esquisito nestes "tempos de gente...É no mínimo esquisito nestes "tempos de gente cortada" como diria um bom poeta, (Drumond)acreditarmos que numa ilha fantástica, habitada por seres onipotentes: o Deus Médico,o remédio salvador, as dores "sejam aliviadas", os males curados. Uma ilhaonde aqueles que amamos sejam mais bem cuidados que perto de nós...<br />Talvez, nestes tempos de barbárie e solidão quando só conseguimos tocar em teclas de computadores e o máximo que nos aproximamos do outro é através do virtual, as pessoas reais, suas angústias e suas formas específicas de lidar com a vida provoquem realmente muito trabalho...estar com o outro é referenciar-se e quem deseja reconhecer o que há de anormal em si visto no outro? Certamente não podemos desconsiderar as experiências individuais nem tratar com menor-valia a luta diária de familiares, amigos, vizinhos de pessoas com sofrimento psíquico mas daí a considerá-las baluarte da verdade coletiva é um passo por demais longo para ser real, factível. Que sei eu de suas dores? Quando muito (e num esforço grandioso) consigo saber das minhas...e só neste espaço restrito de mim mesmo que posso transcender da mesmice, da ignorância e da mesquinhez para aceitar o outro, mesmo que diferente de mim, mesmo que habitado por uma outra "normalidade" diferente da minha, mas não menos verdadeira, não menos humana...<br />Talvez, nestes "tempos de gente cortada" ainda tenhamos a pretensão sermos perfeitos, fantásticos, maravilhosos, imagos do BEM e tudo que nos remete às nossas incertezas, aos nossos limites nos é absolutamente estranho...anormal...deve, portanto, ser excluídos de nós, aportado para mares longíguos para que possamos descansar em nossa plenitude e racionalidade...Para que não sejamos forçados a ver o que há de estranho em nós também, porque cuidar só de "bom, do perfeito, do maravilhoso, ter uma família comercial de margarina" é o máximo nestes tempos de sociedade "fost food"<br />Cuidar de quem sofre contínua e profundamente demanda um outro tipo de gente, gente que se reconhece am alguns momentos impontente, em outros cansada, em outros a "ponto de falir", gente que não tem medo de chorar e dizer "não sei como fazer", gente...e não semideuseus criados para serem eternamente felizes, sorridentes, plásticos, corretos e muito bem remunerados na sociedade, que vistam Armani e usem perfume francês legítimo em suas salas maravilhosas, gente que é sucesso, celebridade, gente-perfeita-demais para ser tocada, mexida, revirada por um ser aborígene que "surta" e leva ao desespero os seres perfeitos e fabulosos encastelados...<br />De que me serve afinal a aquarela, se só aprendi a usar poucas tintas e nelas encerrei a existência do OUTRO...<br />De que me servem diferentes instrumentos na orquestas se apenas produzo músicas de uma nota só... <br />Ferreira Gullar poderia ter recriado suas dores e dar-nos-ia motivos bem mais fortes para crermos que realmente Freud tinha razão, a poesia pode nos salvar de nós..Unknownhttps://www.blogger.com/profile/16257060927441145679noreply@blogger.com